sábado, 1 de abril de 2017

Projeto de Humanização da Clínica Infantil do Hospital Albert Sabin




















Em 1998 concluí a primeira parte do projeto de humanização da Clinica Infantil do Hospital Novo – Atibaia.  Seis anos depois fui convidado pela Dra. Vera Campioni, uma das proprietárias do Hospital Albert Sabin, a desenvolver trabalho semelhante para ala infantil daquele hospital, que seria inaugurada em breve. Os dois trabalhos tinham objetivos semelhantes: Criar um ambiente de acolhimento às crianças que precisavam passar longo tempo de espera num ambiente hospitalar, até serem atendidas. Em geral elas já chegam incomodadas em razão da doença. Ao encontrarem um ambiente lúdico, instigante e alegre acabam se entretendo e esquecem que estão em um hospital, diminuindo bastante o estresse da espera. O ambiente facilita também a vida do próprio corpo clinico, dos atendentes, enfermeiras e demais profissionais, que podem se dedicar a outros afazeres. Neste hospital o espaço reservado ao projeto ficava separado da sala de espera geral. Ou seja, era um ambiente só para as crianças. Uma parede com vidro, na parte superior, dividia as duas salas. Essa informação foi fundamental para criar os objetos, reforçando a necessidade da segurança, uma vez que as crianças iriam brincar fora da visão dos pais. 


















A proposta temática foi o próprio nome do hospital: Albert Sabin. A intenção foi “infantilizar” a imagem do grande pesquisador e médico polonês, conhecido por ter desenvolvido a vacina contra a poliomielite (a famosa “gotinha”). Pra isso criei o personagem “Saibinho” onde todos os objetos que compunham o ambiente estava relacionado ao universo da pesquisa como: vírus, bactérias, instrumentos de laboratório, etc. Na palheta de cor predomina o tom pastel, mais apropriado ao ambiente. Os materiais utilizados em sua confecção levaram em conta a durabilidade e a facilidade de higienização.

































































quarta-feira, 4 de junho de 2014

O início em 1976...

Arte final pré-computador que fiz na década de 80 com Letraset
e tira-linhas e a finalização em fotolito e glichê.




















A partir de 1976, com dezessete anos, comecei a fazer os primeiros trabalhos voltados as artes gráficas. Na época a tipografia ainda era o processo de impressão mais comum em Atibaia, assim como na maioria das cidades do interior. Nessas gráficas as maiores demandas eram relativas a confecção de folhetos promocionais, convites de casamentos, talões fiscais, propaganda de estabelecimentos comerciais, notas de falecimento, etc. Esses materiais eram pobres, esteticamente, em função das limitações do próprio processo de impressão. Em geral não havia volume de serviço que justificasse a modernização das máquinas, e poucas gráficas dispunham de equipamento offset. O offset oferecia maior liberdade para trabalhar com imagens e textos e empurrava as tipografias a melhorarem suas apresentações visuais incluindo imagens também. O problema é que para fazer isso, seja desenho ou foto, era necessário produzir um clichê, que encarecia e dificultava o trabalho. Eu comecei fazendo logotipos e desenhos para serem  transformados em clichês. Esse período serviu de estimulo, e anos depois quase me transformei em publicitário, caso não tivesse desistido da ideia durante os primeiros anos da faculdade. Com o tempo a cidade cresceu, aumentando a demanda de trabalho e possibilitando que as gráficas melhorassem seus equipamentos. No inicio dos anos oitenta ingressei na Faculdade Cásper Líbero, no curso de Propaganda e Publicidade. Nos dois primeiros anos os cursos de Propaganda e Publicidade e Jornalismo eram unificadas. Pude então perceber que o jornalismo era mais interessante que o curso que pretendia fazer, mas acabei desistindo dos dois. No mesmo período fiz estágio na Agência  Lintas, uma das mais importantes da época, e apesar do curto espaço de tempo que passei por lá, aprendi muito. Tempos do paste-up, da Letraset. Logo vieram a popularização dos computadores caseiros e tudo mudou. Se antes a arte final era realizada na "unha", fazendo uma seleção natural dos profissionais que realmente eram identificados com o meio gráfico, o computador inverteu essa lógica. De um lado, facilitou o trabalho dos marcadores de letras, pestapistas, arte finalistas e até ilustradores, por outro jogou no mercado uma penca de curiosos, encantados com as facilidades cibernéticas e iludidos com a ideia de que o computador poderia transformá-los em artistas gráficos do dia pra noite. Foi o período de produção mais feia das artes gráficas. Noções básicas de diagramação e estética foram completamente abolidas. Era uma enxurrada de letras, das mais variadas famílias, tamanhos, cores, sobre imagens diversas, ilustrações padronizadas...um horror. O custo da mão de obra despencou, principalmente para quem era free lancer, e poucos profissionais sobreviveram a essa avalanche. Eu fui um deles! Apesar de não me considerar profissional na área, nessa época, eu ainda pretendia ser um... Depois desse período a ideia de ser publicitário foi enterrada para sempre.
Tipografia
O processo tipográfico foi  utilizado por muito tempo como meio de impressão e teve um papel importantíssimo na evolução do conhecimento humano. Era uma atividade comercial que, em geral, perpassava gerações, criando laços afetivos muito fortes em relação profissão. Aliado a isso tinha o fator artesanal, o zelo e o capricho necessário para produzir trabalhos de qualidade. Talvez daí tenha surgido uma certa áurea romântica pela atividade, um saudosismo, que permanece até hoje. O processo tipográfico é a evolução da xilogravura, que são matrizes cavadas, de forma inversa, em placas de madeiras. O lado mais alto recebe a tinta, deixando as partes rebaixadas em branco. É como um carimbo. Na tipografia as letras são separadas (tipos móveis) e geralmente feitas em metal.  Com elas forma-se a rama, que compõe a matriz. Esse trabalho de compor as letras eram feitas pelos tipógrafos, profissão que se extinguiu junto com o processo. Hoje os poucos remanescentes mantém esse conhecimento através de ações mais ligadas a arte e ao aprimoramento visual, do que como fins comerciais, como é o caso do curso no Sesc Pompéia ou a Oficina Tipográfica São Paulo. Na década de oitenta meu sonho era ter uma "Minervinha", pequena prensa tipográfica que imaginava ser útil no trabalho de divulgação do Garatuja.
Clichê
É como uma matriz xilográfica, só que gravada foto-mecanicamente. Geralmente são feitas de zinco e o meio-tom é obtido somente através de traços ou retículas.